Nos últimos anos, a elevada frequência, alternância e intensidade dos eventos climáticos extremos passou a constituir uma ameaça crescente ao desenvolvimento nacional, o facto deve-se à vulnerabilidade do país aos desastres aliada à sua localização geográfica.

Em 2019, as regiões Centro e Norte do país foram afectadas pelos ciclones Idai e Kenneth tendo causado mortes e danos materiais para estas regiões. Nesta Quinta-feira, 24 de Fevereiro, o Governo fez saber ao público os resultados do inquérito habitacional realizado em alguns pontos da província de Sofala afectados pelas intempéries, o qual visava determinar o número e a localização das casas a serem reabilitadas no âmbito do projecto de reconstrução pós-ciclone Idai.

Recorde-se que para a implementação das pretensões do governo, eram necessários 600 milhões de dólares, contudo, depois de varias negociações com paceiros foram até ao momento mobilizados 150 milhões de dólares, dos quais 42 milhões foram disponibilizados pelo banco mundial. Entretanto, tendo-se constatado que do valor arrecadado estava a quem das necessidades, o Governo teve que adoptar novas medidas, entre as quais elaborar um inquérito habitacional, obedecendo o grau de vulnerabilidade de cada família, dando prioridade, entre outros, “as mulheres grávidas de baixa renda, crianças órfãs e chefes de família, idosos desamparados e doentes crónicos”.

A auscultação foi feita sob orientação do Gabinete de Reconstrução Pós-Ciclone, GREPOC, em parceria com o Instituto Nacional de Estatística e o Governo da Província de Sofala, onde numa primeira fase foram abrangidas as famílias dos distritos de Nhamatanda, Buzi e Dondo. Falando no evento, a vice ministra das obras públicas habitação e recursos hídricos Cecília Chamutota apelou para que durante a fase da execução das obras sejam observadas ao mínimo detalhe “𝘢𝘴 𝘣𝘰𝘢𝘴 𝘱𝘳𝘢𝘵𝘪𝘤𝘢𝘴 𝘥𝘦 𝘤𝘰𝘯𝘴𝘵𝘳𝘶çã𝘰 𝘦 𝘢𝘴 𝘵é𝘤𝘯𝘪𝘤𝘢𝘴 𝘥𝘦 𝘤𝘰𝘯𝘴𝘵𝘳𝘶çã𝘰 𝘥𝘦 𝘤𝘢𝘴𝘢𝘴 𝘳𝘦𝘴𝘪𝘭𝘪𝘦𝘯𝘵𝘦𝘴 𝘢 𝘧𝘶𝘵𝘶𝘳𝘢𝘴 𝘪𝘯𝘵𝘦𝘮𝘱é𝘳𝘪𝘦𝘴” e que as mesmas sejam passadas para as comunidades locais, “𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘴𝘴𝘢𝘴 𝘵é𝘤𝘯𝘪𝘤𝘢𝘴 𝘯ã𝘰 𝘴𝘦𝘫𝘢𝘮 𝘢𝘱𝘦𝘯𝘢𝘴 𝘢𝘱𝘭𝘪𝘤𝘢𝘥𝘢𝘴 𝘴𝘰𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦 𝘯𝘦𝘴𝘴𝘢𝘴 15 𝘮𝘪𝘭 𝘤𝘢𝘴𝘢𝘴”.

Refira-se que, para a Implementação do Programa de Alojamento de Pós Ciclone (PALPC), o Governo de Moçambique conseguiu mobilizar junto dos parceiros, cerca de US$ 150 milhões. Destes, US$ 42 milhões foram doados pelo Banco Mundial, e são destinados a reconstrução de 15.000 habitações, incluindo algumas infra-estruturas comunitárias como abrigos temporários, pequenas valas de drenagem para beneficiar as famílias mais vulneráveis, vivendo em áreas mais afectadas pelo ciclone Idai na Província de Sofala.