O Ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, João Machatine, desafiou a Ordem dos Engenheiros de Moçambique a pensar em soluções que vão de acordo com a capacidade financeira e a realidade do país. O desafio foi lançado na cerimónia de abertura do Seminário sobre os Efeitos de Mudanças Climáticas em Moçambique. Um evento organizado pela Ordem dos Engenheiros de Moçambique e que debateu os efeitos das mudanças climáticas em vários sectores da sociedade moçambicana.

Machatine, começou por lamentar a forma como as alterações climáticas estão a ter impactos negativos nas vias de comunicação, nas pontes, nos sistemas de regadios, nos sistemas de abastecimento de água e em outras infra-estruturas determinantes para o desenvolvimento do país.Para Machatine, é preciso encontrar soluções concretas para extinguir os efeitos das mudanças climáticas no sector das obras públicas através do melhoramento da qualidade das mesmas.

Para tal, a Ordem deve identificar os problemas concretos que afectam a qualidade das obras em Moçambique. Uma das questões muito pouco exploradas quando se fala da qualidade das obras, segundo o Ministro, é a preparação técnica-académica dos engenheiros, recém-formados, que estão sendo lançados no mercado “𝘵𝘦𝘮𝘰𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘵𝘦𝘳 𝘢 𝘤𝘰𝘳𝘢𝘨𝘦𝘮 𝘦 𝘵𝘢𝘮𝘣é𝘮 𝘱𝘰𝘳 𝘰 𝘥𝘦𝘥𝘰 𝘯𝘦𝘴𝘵𝘢 𝘤𝘰𝘮𝘱𝘰𝘯𝘦𝘯𝘵𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘮𝘶𝘪𝘵𝘰 𝘯ã𝘰 é 𝘤𝘰𝘯𝘴𝘪𝘥𝘦𝘳𝘢𝘥𝘢 𝘲𝘶𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘧𝘢𝘻𝘦𝘮𝘰𝘴 𝘦𝘴𝘴𝘢𝘴 𝘳𝘦𝘧𝘭𝘦𝘹õ𝘦𝘴, 𝘢 𝘲𝘶𝘢𝘭𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘥𝘰𝘴 𝘦𝘯𝘨𝘦𝘯𝘩𝘦𝘪𝘳𝘰𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘴𝘵ã𝘰 𝘢 𝘴𝘦𝘳 𝘥𝘳𝘦𝘯𝘢𝘥𝘰𝘴 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘰 𝘮𝘦𝘳𝘤𝘢𝘥𝘰. 𝘐𝘴𝘵𝘰 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘯ó𝘴 é 𝘪𝘮𝘱𝘰𝘳𝘵𝘢𝘯𝘵𝘦, 𝘯ã𝘰 𝘱𝘰𝘥𝘦𝘮𝘰𝘴 𝘯𝘰𝘴 𝘪𝘭𝘶𝘥𝘪𝘳 𝘰𝘭𝘩𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘴ó 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘢 𝘲𝘶𝘢𝘯𝘵𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘱𝘰𝘳𝘲𝘶𝘦 𝘴𝘦 𝘢𝘴𝘴𝘪𝘮 𝘧𝘰𝘳, 𝘵𝘢𝘮𝘣é𝘮 𝘵𝘦𝘳𝘦𝘮𝘰𝘴 𝘱𝘳𝘰𝘣𝘭𝘦𝘮𝘢𝘴 𝘥𝘦 𝘲𝘶𝘢𝘭𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘯𝘢𝘴 𝘯𝘰𝘴𝘴𝘢𝘴 𝘪𝘯𝘧𝘳𝘢-𝘦𝘴𝘵𝘳𝘶𝘵𝘶𝘳𝘢𝘴” afirmou.

Machatine acrescentou dizendo que a qualidade do engenheiro tem influência directa na cadeia de construção de uma obra “𝘵𝘦𝘯𝘥𝘰 𝘶𝘮 𝘣𝘰𝘮 𝘦𝘯𝘨𝘦𝘯𝘩𝘦𝘪𝘳𝘰 𝘵𝘢𝘮𝘣é𝘮 𝘵𝘦𝘳𝘦𝘮𝘰𝘴 𝘶𝘮 𝘣𝘰𝘮 𝘱𝘳𝘰𝘫𝘦𝘤𝘵𝘰, 𝘶𝘮𝘢 𝘣𝘰𝘢 𝘧𝘪𝘴𝘤𝘢𝘭𝘪𝘻𝘢çã𝘰 𝘦 𝘮𝘦𝘭𝘩𝘰𝘳 𝘲𝘶𝘢𝘭𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘥𝘢 𝘰𝘣𝘳𝘢” afirmou, desafiando a ordem a pensar num mecanismo de validação dos certificados passados pelas universidades. Por sua vez, a Ordem dos Engenheiros, assumiu o desafio proposto pelo Ministro do sector e prometeu junto da sua agremiação buscar mecanismos concretos para extinguir os efeitos das mudanças climáticas no sector e encontrar soluções para melhorar a qualidade das obras.

Durante o Seminário, a agremiação debateu a questão das Mudanças Climáticas na Hidrologia de Moçambique; nas Obras de Arte de Engenharia com Ênfase em Pontes; nas Drenagens Urbanas; e nas estradas Nacionais.